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Marca Páginas – Entrevista com o Vampiro de Anne Rice

Aproveitando para entrar num clima mais sombrio essa semana uma vez que semana que vem é Halloween escolhi um livro sobre vampiros, mas vampiros de verdade, para que vocês, leitores queridos, que gostam do Halloween possam já ir fazendo um esquenta para as comemorações do dia 31 de outubro.

Uma história que começa com a ousadia de um jovem repórter ao entrevistar Louis de Pointe du Lac, nascido em 1766 e transformado em vampiro pelo próprio Lestat, figura apaixonante que terminará, ao longo da série, arrebatando multidões como cantor de rock. Louis, esse vampiro que se recusa a livrar-se das características humanas e aceitar a crueldade e a frieza que marcam os vampiros, continua a contar a história desde o início. É um mundo de uma fantasia impressionante, um mundo gótico, romântico, esse criado por Anne Rice e traduzido por Clarice Lispector. O texto da autora americana não poderia ter melhor intérprete, talvez mesmo cúmplice”

Falar sobre vampiros esta super na moda ultimamente né gente. No entanto esses vampiros que tem aparecido por aí, eles, na minha opinião, destroem um pouquinho toda a aura de mistério e terror que envolve essas criaturas.

Para quem não sabe a lenda de vampiros existe há muito tempo desde a Idade Média mas não da maneira como conhecemos hoje, para eles os vampiros não eram seres encantados e blá blá blá. Todos sabemos que doenças genéticas acontecem em qualquer tempo e lugar; as lendas vampirescas são atribuídas à uma dessas doenças (que não é nada bonita). A porfíria é uma mutação que faz com que as pessoas, portadoras, sofram com perda de elementos do sangue, exposição ao sol (causando bolhas na pele) etc, na época, para amenizar os males os portadores bebiam sangue de animais, para repor os nutrientes perdidos devido a doença, alguns camponeses ao verem a cena, de um humano sugando o sangue de uma vaca, por exemplo, devem ter se assustado e espalhado a história de vampiros etc, como se isso não bastasse ainda é possível citar os casos de catalepsia, que é uma outra doença, caracterizada por deixar o portador com aparência de morto, os sinais vitais caem e a pessoa não consegue se mexer. Essas duas anomalias foram grandes responsáveis pelo surgimento da lenda de vampiros e zumbis, mas, certamente, a maior inspiração para o mundo vampiresco é Vladislav Dracul, o conde romeno conhecido por seus métodos de tortura e crueldade, as pessoas costumavam dizer que Vlad bebia o sangue de seus inimigos. O conde deu origem ao vampiro mais famoso do mundo: Drácula.

Mas agora que eu já falei, mais ou menos, de onde vem toda essa história de vampiros, vamos ao que realmente interessa que é falar do livro em si.

Tem muita gente que vai detestar Anne Rice o estilo de escrita dela as vezes se torna cansativo e um pouco chato, mas, particularmente, eu achei bem interessante a história que ela criou para Entrevista com o Vampiro.

É importante deixar claro que Entrevista com o Vampiro é um tipo de livro de memórias. Louis, o vampiro, narra a sua vida desde quando ele era humano, os motivos que o fizeram desejar a morte e como ele foi atendido pelo sedutor Lestat.

O leitor percebe enquanto Louis narra sua trajetória que ele não é feliz como vampiro que o desejo mais profundo do nosso protagonista é a mortalidade isso porque ele perdeu a todos que amava durante sua existência e se vê sozinho na imortalidade. Ao contrário do que muitos gostariam essa não é uma história de ação, com mortes etc. Em Entrevista com o Vampiro Anne Rice nos mostra um lado mais sentimental mais intimista dessas criaturas, de como eles sofrem e se decepcionam, assim como qualquer pessoa.

Acho que escolher Clarice Lispector para fazer a tradução desse clássico foi uma opção muito acertada (palmas). A escritora brasileira conseguiu passar todo o sentimentalismo, crise existencial e drama vivido por Louis; de como ele não queria precisar daquilo que precisava para sobreviver.

Muitos de vocês devem ter assistido ao filme, com o Brad Pitt, Tom Cruise e Antonio Banderas, mas, sinceramente, por mais bem feito que tenha sido o longa nem de longe é capaz de exprimir tudo aquilo que o livro te passa. A leitura desse clássico é muito mais profunda e individual do que aquela apresentada no filme, além disso, a Kirsten Dunst estava velha demais para interpretar a criança, Cláudia.

Vale muito a pena ler esse livro porque ele nos faz perceber a real essência dos vampiros, principalmente depois dessa onda de vampiro/fada é muito interessante você pegar um livro que te faça lembrar que vampiro gosta mesmo é de sangue, que são criaturas mortais, a amabilidade deles só é usada para atrair as vitimas, e que, eles não precisam dos humanos, são um “povo” auto – suficiente, com diversão, festas e intrigas próprias, os humanos para eles são como uma vara de porcos para nós… alimento ou animais de estimação.

 
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Publicado por em outubro 23, 2012 em Livros

 

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